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A grandiosidade de DEUS

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Via láctea, presente divino

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O cristão, o medo e a culpa

Não faz muito tempo, nos deparamos com uma pessoa que demonstrava certo desencantamento com o cristianismo, numa situação corriqueira em um encontro com amigos comemorando um aniversário, enquanto conversavamos com uma colega sobre a cultura de negação de valores, e a Cristo de forma até indireta, algo que achamos muito freqüente em grupos sociais e culturas "atuais".

A manifestação do interlocutor "cético" que adentrou a nossa conversa, partia da defesa de um pensamento supostamente sustentado em uma visão "libertadora", na qual toda forma de negação, era de alguma forma uma reação a um processo opressor, que foi segundo ele, instituído pelos cristãos e a Igreja ao longo dos tempos, na tentativa de controlar, manipular as pessoas e sociedades por meio do medo e da culpa, encurtida nas mentes e na moral das pessoas e sociedades por meio de crenças, e da fé, usando de doutrinas e mensagens, mesmo como em suas palavras, "distorções de textos bíblicas". Isso mostra um desconhecimento histórico e social sobre aspectos humanos antigos.

Claro que de pronto percebemos uma pré-disposição a exageros, e certa suscetibilidade que ele apresentava ao repetir clichês e frases de efeitos, comuns a períodos históricos marcados por contestações em geral associados a movimentos temporais, como os relacionados a liberdade sexual apregoada nos anos 60/70, ou com distorções e interpretações, inclusive de linha de pensamento atribuídas a Igreja, com uma deformação de valores e bases de pesnamento, típicas dos supostos ateus (com total negação de Cristo) ou em alguns casos de "seitas externas" de práticas questionáveis (como as messiânicas, ou reverendo Moon, com seu materialismo e doutrinação alienadora). Mas nos mantemos longe de julgamentos, apenas pontuamos equívocos e aspectos necessáriios a uma clareza dos fatos, livres de liberalismos irresponsáveis ou filtros distorcidos vendidos nas mídias e mercados,

Algo assim é sinal de que pode haver desajustes, sejam emocionais ou de outra ordem, e indicam problemas de percepção da realidade que levam a tansferir ou identificar falhas em terceiros, responsabilidades ou influências que necessariamente não são verdadeiras da forma que se expõem, não dá para por na conta da Igreja problemas que podem ser relativos a excessos e desequilíbrios que se manifestam por má administração de nossos próprios limites e dificuldades, que impactam muito.

Ainda assim fizemos uma defesa, onde mostramos que não se trata de verdades absolutas, nem há de fato uma fundamentação ética em tais posturas contestadora, e na percepção de como surge o medo ou a culpa no imagiário ou no caráter de uma pessoa de alguma forma vinculada a religiosidade. Não nos furtamos de entender exageros que são em parte resultado de falhas de indivíduos e pensamentos num certo contexto histórico, como a exemplo dos excessos cometidos em nome de Cristo, na Europa na Idade Média e períodos próximos.  Mas apesar disso  ressaltamos o distanciamento da Igreja atual.

É contraditório tal pensamento, atribuir exclusivamente a Igreja e ao cristianismo uma suposta utilização do medo, como ferramenta de doutrinação ou manipulação, pois na palavra dos evangelistas, no Novo Testamento por exemplo, fala-se do temor a Deus (como forma de obediência e respeito, não como coerção e intimidação), e não do que é comum e de uso pelos estados e autoritários, que em dado momento fizeram uso de seu poder ou proximidade com a religião para impor vontades e interesses, tentando associá-los a religião, o que gera confusões, mas essa não é a base da mensagem cristã, de amor e serviço, e também de respeito e justiça.

Lucas 12:4-5

"Pois bem, eu digo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo e depois disso nada tem a fazer. Vou mostrar a quem vocês devem temer: tenham medo daquele que, depois de ter matado, tem poder de jogá-los no inferno. Eu lhes digo: é a este que vocês devem temer."

Na mensagem cristã, há exortação a não se deixar levar pelo medo, a não permitir que este impessa a possibilidade de ruptura com os padrões e propostas do mundo, inclusive com a disposição de doar a vida, em todos os sentidos possíveis, e alicerçados em um amor especial e em fortes valores morais, evitando assim sermos tomados e guiados pelo medo cego e desmedido, que condiciona ou até escraviza, e que prevaleça sobre escolhas e nossa vida.  Ressaltamos também que o medo é inerente a natureza humana, e em dados momentos de alguma forma uma defesa contra um desprendimento desmedido e irresponsável que leva a males, a outras situações indesejadas ou mesmo a morte. Dessa forma é um erro e exagero potencializar e dizer que a Igreja tem uma cultura sistemática do medo, para qualquer fim, mesmo que haja falhas em alguns momentos ou em alguns pastores, não é assim e a mensagem cristã defendida é permeada por gestos verdadeiros e libertadores, pelo amor de Cristo.

Desarmada as argumentações adentrou-se na questão da culpa, também supostamente explorada pela Igreja segunto a pessoa mencionada, com o propósito de podar liberdades e conter pessoas segundo os seus propósitos institucionais, e que fazem dos cristãos oprimidos e opressores, também martirizados pela culpa na forma de sentimento difundido pela Igreja, com a percepção do pecado. Outro exagero, que não querendo sermos reducionista, é muito apregoado pelos adeptos de uma liberalidade total e até imoral, pois não raras as vezes em que idéias e práticas transpassam e ferem a ética, não só cristã, mas social adotadas mundo à fora.  Em que pessoas tentam viver ou usar de valores estranhos ou conflituosos com os tidos por "socialmente aceitável" segundo as boas práticas morais, de grupos sociais estruturados, "bem além de convenções ou mesmo da moral cristã", quando fundamentados em valores ditos como universais, Fatos que se veem mais comumente durante as fases de transformações culturais, como as que vivemos nessa sociedade global individualista, egoísta e que cultuam o corpo, o sexo, o consumismo e a percepção de pessoas e sentimentos como objetos.

O pecado é bem definido na mensagem de Cristo, como um mal, com potencial escravizador e sustentado em falsa percepção de liberdades e em desejos desequilibrados, que causam males a quem os comete e a quem é de alguma forma dirigido, são atos ruins ou provenientes de escolhas ruins que aos olhos e valores da ética cristã, são condenáveis e nos afastam de Deus e seu projeto, mas não necessariamente algo irremediável, ou por si só sentenças condenatórias.  Nesta percepção cristã, a culpa passa a ser uma tomada de consciência, uma depuração que conduz ao perdão, e o início de uma libertação de uma cultura ou de desapego a uma forma de viver, sem responsabilidade consigo e com outros em meio a males mútuos, que depõem contra uma vida saudável e harmoniosa, e minam relações de amor e fraternidade.  Quando Cristo diz perdoem, diz também curem-se, tirem pesos de si mesmos, administrem a culpa que vem de seus erros aprendendo a tratar a de outros, através do amor.

Lucas 6:37

Não julguem, e vocês não serão julgados; não condenem, e não serão condenados; perdoem e serão perdoados.

Engana-se quem pensa que sentir algo que nos leve a consciência de nossos atos, é ruim, pois não é, é o início de uma trajetória mais livre e responsável, que leva ao equilíbrio e a paz.  Exageros na forma de ver e se "cobrar", potencializando e instrumentalizando a culpa não são saudáveis e nem estão no cerne da mensagem cristã.  Cristo veio praticar e ensinar o perdão, que demandava de uma consciência e mudança, pelo amor e pela verdade.  Não há a cultura da culpa na mensagem de Cristo como um instrumento de manipulação, e nem há a invenção do pecado, mas há ênfase na cura dos males, e na adoção de posturas equilibradas e fraternas, como remédio e prevenção, com limites sim, pois sem eles estaríamos submetidos a absoluta irracionalidade, a desumanização das ações e gestos.

São formas e ações que nos preparam para uma vida congregada, aqui e em meio a Igreja, que vai perdurar aos tempos e superar a morte, como prometeu Jesus, num novo reino de amoe e sem culpas.

Uma forma de compreender bem a mensagem, que não faz de sentimentos e impressões de medo ou culpa, que são inerentes as pessoas e a um processo bem mais amplo de eveolução e vida em sociedade, que se manifestam em graus e intensidades diversas em momentos e tempos diferentes, que podem até ter algum vinculo com a religiosidade, mas que não são instrumentos nem exploração de desequilíbrios pela Igreja, é ler a Bíblia, permeada especialmente no Novo Testamento  pelo amor, onde limites e predisposição a mudanças são bem vindos, e se tratam de temor e consciência, pecado, misericórdia e relação íntima conosco, com outros e com Deus com muita dignidade e respeito.

Buscar ajuda para o que estravaza o normal ou aceitável, pode evitar dissiminar distorções e manter em nosso íntimo e nossa cultura ou moral, inverdades e distorções até pré-existentes e que fazem mal.

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