Muitas vezes nos deparamos com situações, que só pela fé em Deus se justificam, e para as quais não há explicações lógicas, alicerçadas em conhecimentos adquiridos pela humanidade, nas experiências e nas ciências, ou estas são insuficientes e apenas descrevem aspectos dos eventos sem por luz sobre as suas motivações, dinâmicas e causas.
Estes eventos fazem parte de um conjunto de elementos que reforçam a visão cristã, são testemunhos dados por muitos com ação e como agentes, ou como objeto das ações, e referendam os textos bíblicos e a nossa fé, constituindo uma das bases da força e das ações da Igreja, que por esta razão é alvo constante de críticas e perseguições de outros segmentos da sociedade, e de algumas das organizações humanas em todo planeta.
Como disse Jesus conforme em João 10:38
Mas se eu as faço, mesmo que vocês não queiram acreditar em mim, acreditem pelo menos em minhas obras. Assim vocês conhecerão, de uma vez por todas, que o Pai está presente em mim. e eu no Pai.
Não é à toa que há vários ramos de estudo e pesquisas em franca expansão por todo o mundo, e em diversas áreas do conhecimento, a exemplo de algumas correntes da área de saúde (seja em psiquiatria, psicologia ou parapsicologia, biologia, medicina, etc.), de áreas das ciências humanas (história e sociologia dentre elas) e até mesmo das ciências exatas (física, química, estatísticas, etc.). Que envolvem tentativas de classificar e explicar, ou mesmo desqualificar e descartar os processos e circunstâncias que são tidas como fenômenos paranormais (relatos de comunicação telepáticas, aparições e visões espirituais, curas inexplicáveis, profecias e premunições ou vidência, dons sobrenaturais, etc.), relatadas e aceitas por grande parcelas das populações nas diversas sociedades, e em diversos momentos históricos, e que ao nosso modo de ver, com frequência são indevidamente rotuladas de formas genéricas e preconceituosas: como misticismo, crendices, ignorância e até mesmo fantasias e alucinações, individuais e coletivas.
Os milagres, aparições e profecias, eventos relatados por indivíduos e pelas populações de crentes ou não, muitos dos quais aceitos como tais pelas diversas esferas da Igreja, que encontram explicações e justificativas a luz da religião, em especial a luz dos Evangelhos e da trajetória de Jesus Cristo, tem sua existência ou validade amplamente contestadas por setores da ciência, instituições e até mesmo por alguns segmentos religiosos, de uma forma sistemática e irracional.
Alguns destes (os milagres), que são identificados e declarados, com respaldo em apuradas pesquisas e estudos conduzidas por equipes multidisciplinares e compostas por cientistas e especialistas em diversas áreas (alguns dos quais declaradamente tidos como ateus), levadas a cabo por anos, e usando de sofisticadas técnicas e tecnologias para investigação, que após concluírem com a constatação do fenômeno e na ausência de explicações científicas para sua ocorrência, esgotadas todas as possibilidades, abrem margem para as declarações formais da Igreja que ensejam os eventos como miraculosos e de origem divina, baseado sobre tudo em fundamentações espirituais mas também nos relatados bíblicos de ocorrências passadas a milhares de anos, sem que haja necessariamente uma relação de causa e efeito segundo a nossa lógica e nossa limitada capacidade de avaliar os fatos com os quais nos deparamos, como as citadas em João 9:01-07.
Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. Os discípulos perguntaram: Mestre, quem foi que pecou, para que ele nascesse cego? Foi ele ou seus pais? Jesus respondeu: "Não foi ele que pecou, nem seus pais, mas ele é cego para que nele se manifestem as obras de Deus. Nós temos que realizar as obras daquele que me enviou, enquanto é dia. Está chegando a noite, e ninguém poderá trabalhar. Enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo." Dizendo isso, Jesus cuspiu no chão, fez barro com a saliva e com o barro ungiu os olhos do cego. E disse: "Vá se lavar na piscina de Siloé." (Esta palavra que dizer "O Enviado"). O cego foi, lavou-se, e voltou enxergando.
Na passagem segue-se as consequências do milagre de Cristo, o despertar em muitos e a reação dos poderosos, que se apropriaram da fé e da religião para si. Algo que se sucede hoje como já dissemos, em vários segmentos do saber e das estruturas humanas.
É interessante perceber que os esforços para negar as origens divinas e sobrenaturais de tais eventos, e os frequentes ataques de alguns segmentos, inclusive ligados as ciências, representam uma tentativa de monopolizar o conhecimento, atribuir ou reter alguma forma de poder sobre o controle destes segmentos ou grupos, por questões diversas: manutenção de modelos sociais e estruturas, políticas (diante de possibilidades de contestações de estruturas e lideranças, em um possível conflito de interesses entre estado e crenças, ou mesmo com a simples exposição de contradições nas instituições atuais e suas ações), além de aspectos econômicos e financeiros, etc.
Um outros aspecto a perceber, é o desejo de elevar a ciência e outros instrumentos humanos, como códigos e leis, instituições e até pessoas a uma dimensão superior as que estas efetivamente possuem. É algo como dar uma dimensão universal e superior a um ramo da ciência, ou do conhecimento, quando esta é uma ferramenta inerente a humanidade (ao menos o conhecimento como entendemos e praticamos) estando condicionada a nossa existência e muitas vezes a nossa forma de pensar e agir, condicionando-se a eventuais saltos de percepção e evolução.
Por outro lado uma parcela significativas dos relatos sobre fenômenos sobrenaturais, é de fato fruto de alguma ação humana ou natural explicável e conhecida, algumas inclusive são farsas evidentes.
A prudência é portanto a forma apropriada de conduta adotada pela Igreja, que desta forma evita a desqualificação generalizada e os obstáculos a aceitação de situações milagrosas, ou de caráter divino que possam ser desacreditadas e por em dúvida os fundamentos da fé cristã, e que venham a servir de argumento para os que não creem em Deus, ou não aceitam a ação salvífica de Jesus, para arrebanharem mais adeptos aos seus pensamentos e assim afastar muitos do Reino de Deus. Vemos isto nos ditos céticos, que "duvidam de tudo" e tentam ampliar sua influência nas instituições e na sociedade, mas que se fossem seguir seus próprios argumentos e alguma coerência com estes, deveriam a princípio duvidar da validade de suas convicções e até da sua própria existência, e não adotar um relativismo conveniente e que tende a atitudes ambíguas, a mercê de interesses e objetivos.
Atitude sólidas e prudentes, transformam-se num forte e poderoso reforço a verdade, e mais uma forma de testemunho da ação de Deus, que tem na Igreja uma instituição a ser serviço e zelando pela sua Palavra e pelos seus filhos.
Contudo há na Igreja um aspecto pouco positivo a ser considerado, a existência de ações e de pessoas que se apropriam equivocadamente de meios que se tornam elementos contrários a ação divina, a ação do Espírito Santo, através de um excesso de zelo ou de uma concentração de outros interesses, que fazem com que atitudes contrárias a fé, semelhantes as que descrevemos como ações de segmentos sociais e institucionais (onde qualificamos como sistemáticas e irracionais e com fins de desqualificação de obras de origem divinas), inapropriadamente, partam também destes segmentos da Igreja. Um bom exemplo está presente nos obstáculos enfrentados primeiramente pelo Apóstolo Paulo, noutro momentos em situações de alguma semelhança, também por São Francisco de Assis, por Dom Bosco, e outros, ao tentarem implementar transformações inspiradas por Deus, que em um dado momento foram fortemente combatidas por setores da Igreja, e que pela força de Deus foram superadas a seu tempo. Estes são exemplos clássicos e envolvendo personagens de um grau de importância e santidade, onde certamente haveria muito o que se falar, mas há outros a relatar, e até sem tanta importância e relevância mas que não cabem, apenas lembramos o que disse Jesus quando abriu os olhos dos apóstolos (também em João 9), há situações que são necessárias para que se manifeste o poder e a glória de Deus, para que Jesus e o Espírito Santo possam atuar e transformar as pessoas e os eventos em testemunhos do amor de Deus por nós.
Ao tratarmos deste aspecto, atentamos com a necessidade de não transformar a prudência e a defesa das instituições e dos valores inerentes a estas, em especial da Igreja, em formas ou instrumentos de apropriação que possam ser usados com fins impróprios ou equivocados, até mesmo para combater pessoas e situações e circunstâncias, que apesar de não estarem intimamente ligadas a Igreja, recebem a atenção e inspiração do Espírito Santo de Deus, sendo uma manifestação de sua obra ou poder, e que são de interesse aos projetos de Jesus evidenciados através dos Evangelhos em muitas de suas passagens. Vejam por exemplo Marcos 09:38-40:
João disse a Jesus: "Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lhe proibimos, porque ele não nos segue." Jesus disse: "Não lhe proíbam, pois ninguém faz um milagre em meu nome e depois pode falar mal de mim. Quem não está contra nós, está a nosso favor."
Lembrando que Deus e o próprio Jesus usou de pessoas e situações, nas quais o valor e a importância destes eram secundárias, ou até claramente contraditórias aos padrões religiosos vigentes a época, não por outra razão senão evidenciar ainda mais seu poder e ação, e assim aumentar a fé e os seus seguidores.
Além disso, quando falamos da reação que surge dos poderosos, é bom recordar que algo semelhante também se deu com Jesus, pois a resistência dos judeus, fariseus, sacerdotes e doutores da lei, não foi só por interesses pessoais e institucionais, políticos, etc., houve até a tentativa de proteger e defender o sagrado, que numa visão míope e destorcida acreditavam estar ameaçado por Jesus, e uma “nova concepção religiosa ameaçadora”.
O que queremos dizer, é que a Bíblia contempla inúmeras citações sobre os fenômenos tidos como sobrenaturais, que se intensificariam e ocorreriam por força da ação do Espírito Santo ao longo dos tempos até que se cumpra toda a Palavra, que curas milagrosas, profetas e profecias emergiriam das nações e povos, que muitos em detrimento de seu merecimento receberiam as graças e seriam instrumentos de Deus, e isto precisa ser compreendido e tratado a luz dos Evangelhos mas sem impor limites, padrões e rótulos ao que vem de Deus, apenas lembrando que é preciso o tempo adequado, mas a inspiração do Espírito Santo para poder compreendê-los e aceitá-los, e que como disse Jesus é pelos frutos que se conheceram as obras.
Atos 10:44-45
Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo, desceu sobre todos os que ouviam a Palavra. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos.
Deus se faça presente na vida de todos nós, a todo momento e intensamente, e que venham a nós suas obras sinais e mensagens, homens e mulheres a seu serviço de forma mais intensa e verdadeira!
Deus abençoe a todos!
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