Lembrar o significado da Paixão de Cristo e todo simbolismo dos eventos que celebramos na Semana Santa, parece ainda mais urgente e necessário, diante de fatos tão ruins e graves que se intensificam a cada momento, dias, meses e anos, mas que mostram-se ainda mais perversos e graves, nas formas de misérias e mortes que se espalham rapidamente entre povos e nações que se dizem próximas à Palavra de Deus, ou ao sentimento de pertencimento à Igreja de Cristo. Situações que fazem de pessoas simples, de certa forma, novos cristos crucificados, submetidos a condições indesejadas e tristes, que após Jesus sofrer e vivenciar em seu tempo, e após seus ensinamentos e exemplos, deveriam não mais existirem, muito menos com tanta intensidade e frequência, e cabe a nós chamar a atenção, denunciar e confrontar.
Guerras que se multiplicam e atingem milhares de inocentes em todas as partes, violentamente propagadas, em suas diversas e tristes formas e roupagens, conflitos entre nações como na Ucrânia (que não envolvem apenas os ucranianos e russos), estimulados por interesses mesquinhos e hipocrisia de outras nações estrangeiras, que veem na morte de pessoas comuns, oportunidades de poder e influência ou vantagens sobre povos do mundo. Não nos esqueçamos das outras formas de conflitos como nas favelas e periferias pobres das grandes cidades, no Brasil, na América Latina, e na Ásia e África. Faltam as pessoas e a estes dias e situações, a paz que Cristo veio semear, e que para tanto foi capaz de se oferecer em sacrifício santo, com seu próprio corpo na cruz, após ser vítima de torturas e injustiças de poderosos.
Violências são vistas por toda parte e de formas horríveis, sejam como as vistas nas recentes tragédias propagadas em escolas e creches, em São Paulo ou em Blumenau em SC, com professores como alvos, e mesmo crianças em tenra idade, massacradas com ódio e golpes fatais, em meio a falência moral da humanidade, manifestadas por indivíduos com uma doença só possível de cura, por intermédio de Deus, de Cristo, únicos capazes de resgatarem pessoas profundamente envolvidas pelo mal e dominadas por experiências violentas, numa cultura que não contempla a mansidão, a fraternidade, e o respeito ao próximo, propagados por Jesus, e que nos faz pensar: que levar os ensinamentos e a conciliação com Deus, propostos por Jesus, são ainda mais essenciais e necessários agora, e que em meio as nossas celebrações pascais devemos estar atentos a isso.
Injustiças, por todas as partes há exemplos de vítimas e perseguições por atos de injustiças, não importam se no Irã, na Palestina, China, Ucrânia, Rússia, Nicarágua, nos EUA, ou aqui entre nós brasileiros. Perseguições e condenações, tratamentos à margem das leis e fora das percepções de empatia e justiça, que se manifestam em atos contra comunidades campesinas e de sem tetos, contra pessoas de cor, ou por se enquadrarem em meio a minorias religiosas, ou decorrentes de sua condição social, cor, origem ou sexo, são tristes exemplos de como falta as nossas sociedades e a nós, o sentido de justiça e atenção mínima, destinadas por Cristo à todos que em sua passagem na Terra, simbolizavam as minorias que por Ele foram assistidas e amadas. Lembrar os exemplos de Cristo é indispensável para sanar as injustiças que se avolumam, e a Semana Santa precisa ser vivida plenamente, pelas pessoas, pelas famílias e pelos povos e sociedades, como instrumento fundamental de resgate e afirmação dos valores cristãos, capazes de fazer existir justiça, na sua mais completa definição.
Abandono, um sinal de grande demonstração de egoísmo, falta de caridade (no sentido pleno), e claro de pouco amor. O abandono está entre os que moram ou estão pelas ruas à própria sorte, na intensa ocorrência de fome e miséria que atingem povos na África, Bolívia, Venezuela, e também em grandes cidades do Brasil, não importa se por falta de atenção dos Estados, dos governos, ou usadas como instrumentos políticos por outras nações sedentas em explorar povos e países mais frágeis. O abandono também em nossas comunidades e casas, ou no seio de nossas famílias, que além de fome, miséria, insegurança, doenças e mortes, causam sofrimentos intensos e mais frequentes em idosos e crianças, lhes privando de esperança, e até os submetendo a realidades e vidas indignas de humanos, algo que fere muito nossa condição de cristãos, pois Jesus foi o semeador de uma mensagem de vida e esperança, e nós deveríamos recordar inclusive hoje, que como seus seguidores é nossa responsabilidade, levar esperança, cuidado, amor, e uma mensagem de vida e comunhão, que em meio às pessoas e povos, cada vez menos gestos estão visíveis neste sentido. Jesus é o Salvador! Jesus é esperança, paz, amor, vida, a Semana Santa é uma oportunidade para levarmos estes sentimentos aos mais necessitados, e à todos que estão em situação de abandono, físico, emocional, social, e mesmo da fé.
Boa Páscoa! A Paixão de Cristo, é gesto de perdão, de cura, de esperança e amor! Que todos nós tenhamos uma ressurreição, uma volta a uma vida sem males, e no bem, ressurgidos melhores e curados!
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