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A grandiosidade de DEUS

A grandiosidade de DEUS
Via láctea, presente divino

domingo, 10 de setembro de 2017

A pior das prisões

Muitos hoje estão privados de liberdade, em toda parte cresce a violência e criminalidade, e graças a isso prisões estão superlotadas, e se multiplicam, muitas em condições horríveis. Sofrimento e dor acompanham também os presos, encarcerados, e privados de liberdade.

Parte destes, ou outras tantas pessoas que não estão por trás de grades e muros, enfrentam contudo, uma forma de prisão ainda mais dolorosa e perversa, nem sempre clara e evidente, muitas vezes ignoradas pela sociedade, e para qual não há uma sentença definida e com prazo para cumprir, e que pode ser devastadora e definitiva para muitos. 

É a prisão da alma, do espírito, que nem sempre pode ser percebida ou compreendida, ainda que seja revelada por vidas imersas em pecados, sejam nos vícios de toda sorte e que tiram a dignidade e parte do que nos fazem humanos (sentimentos, respeito, consciência, fé, amor), ou se manifesta em doenças (como desequilibrios, depressão, ciúmes, pânico e loucura), ou em atitudes e ações más (violências, crimes, suicídios), e muitas outras evidências da perda de liberdade, e da servidão que transformar a alma e o indivíduo, profundamente, deformando pessoas e carateres, de forma tal que aflora um mal que dominam as escolhas e as ações, gerando consequências terríveis. 

Vidas inteiras se resumem a um espectro do que poderiam ser, marcadas por dores, tormentos, agressões ou sofrimentos, tornam-se ilusões ou contos irreais, muitas vezes alimentados por circunstâncias e meios artificiais (drogas, bebidas), ou relações doentias, com eventos não desejados e trágicos, privando sentidos, sentimentos e perspetivas, que resultam em escravidão (também manifestações mais comuns, como delinquência e prostituição), ou até perda de quase toda relação com o divino, em dados momentos, confundindo-se mesmo com algo que se aproximaria da representação da encarnação do mal, segundo os preceitos cristãos, de tão graves que possam ser os erros e atos decorrentes. 

Infelizmente é cada vez mais comum e banal, ver pessoas com vidas destruídas e aprisionadas interiormente, ainda que alguns se recusem a enxergar desta forma. Uma prisão sem portas nem grades, invisível e intensa, que sufoca o que é bom e saudável, mata pouco à pouco a inteligência e capacidade de pensar, sonhar e ter esperança, e que não resulta de uma sentença clara e determinada, mas de muitas e sucessivas escolhas e atitudes ruins, fruto de uma liberdade distorcida e sem limites, que desconhece, compromissos, verdade, respeito, fraternidade, bem, amor e Deus. Sustentada em egoísmo, desejos vãos, promiscuidade, ambição desmedida, corrupção, instintos lascivos, traições, mentiras, falsidades, ignorância, ilusões, fantasias, invejas, perturbação, medos e até formas de violências, e muitas outras manifestações do mal que costumam ser subestimadas, ignoradas ou quando não "cultuadas, valorizadas e propagadas" nas sociedades atuais, como requisitos ou características de destaque e sucesso para os seus membros, ou indicativo essencial de afirmação, autonomia e força que se deve almejar.

Não importa a forma, motivos, trajetórias ou efeitos, que podem se apresentar em quem se torna refém de tamanha pena, ou se depende bastante dos afetados um gesto na direção de uma possível libertação, é preciso despertar a consciência entre nós cristãos de que não podemos ficar inertes, calados e omissos, e precisamos fazer algo concreto por aqueles que sofrem com almas aprisionadas ou em processos de aprisionamento, e que se mostram ou revelam nas esquinas de todas as partes como bêbados, viciados, delinquentes de ruas em grupos marginais, na prostituição, no abandono e sem dignidade ou atributos e assistência que são dignas de um humano. Essa percepção também se faz necessária por nós, pelos riscos que causam a inércia capaz de ampliar as injustiças.

Denunciar a sociedade e sua indiferença para com os marginalizados e oprimidos, seus desvalores, multiplicadores de doenças do corpo, da mente e da alma (deformando pessoas e carateres). Escancarar a hipocrisia dos que concentram e esbanjam, condenar os que segregam e perseguem, os que usam "leis" para ferir e matar indefesos, ou usam o poder em benefício próprio enquanto multidões são submetidas a condições injustas, são coisas que devemos enfrentar e combater, como forma de previnir e evitar muitas das situações que levam pessoas comuns a várias formas de prisões. Temos os meios e formas pacíficas de fazer algo, a própria Igreja já nos mostra em suas denúncias e ações pastorais, que precisam ser apoiadas e contar com verdadeira participação de todos, até como forma de reverter tantos males que nos cercam, amedronta e oprimem, criando mais servos e prisioneiros, que enlouquecem ou se entregam em rotinas más que nos atingem.

Cristo já nos advertia e ensinava, sobre como devemos intervir e livrar-nos de tais situações, que dão origem a multidões de desalentados, desalmados e doentes do espírito, aprisionados, como os mencionados em parágrafos anteriores, pois não são novos os sentimentos, causas e razões que prendem o espírito ao pecado e ao mal, que distorcem pensamentos e liberdades, nem tão pouco os efeitos sobre as comunidades. Suas manifestações e o número dos que sofrem podem mudar, mas a essência ruim não, e está em geral, existe pela ausência de Deus nos corações aprisionados, algo que para evitar ou mudar, exige uma dose enorme de amor, fazer acontecer na vida dos cativos, gestos fraternos e includentes, sinceramente norteados pelos valores cristãos. Foi com esse propósito que Jesus nos deixou exemplos, de amor incondicional e verdadeiro, capaz de algo maior do que curar todas as feridas e males (mesmo da alma), de por em ordem todo desequilíbrio (da mente, do corpo e do espírito), chegando ao ponto de nos libertar de todo mal, do julgo do pecado por meio do perdão total, como diz textualmente muitos trechos dos evangelhos, frisando e alertando-nos para a pior das prisões, a que oprime a alma.

Lucas 4-9 (A atividade libertadora de Jesus)

Lucas 5:21-25

Os doutores da Lei e os fariseus começaram a pensar: "Quem é esse, que está falando blasfêmias? Ninguém pode perdoar pecados, porque só Deus tem poder para isso! "  Mas Jesus percebeu o que eles estavam pensando. Tomou então a palavra e disse: "Por que vocês pensam assim? O que é mais fácil? Dizer :'Seus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levante-se e ande'? Pois bem: para vocês ficarem sabendo que o Filho do Homem tem poder para perdoar pecados, - disse Jesus ao paralítico - eu ordeno a você: Levante-se, pegue a sua cama e volte para casa."  
No mesmo instante, o homem se levantou diante deles, pegou a cama onde estava deitado e foi para casa, louvando a Deus.


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