Com o tempo podemos refletir mais, e a medida que nossa idade avança isso fica mais presente, ao menos normalmente. Claro que a maturidade propícia a reflexão, ainda que não seja exclusivamente um privilégio da idade e da experiência, mas também de uma abertura espiritual diferenciada.
Mas não nos referimos a qualquer conjectura ou pensamento comum, trata-se de uma reflexão especial, mais consistente, paciente e geradora de transformações, conversões e vida, que nem sempre podemos viver e escolher ainda que tenhamos liberdade para isso, por conta de agitações e desejos muitas vezes desequilibrados ou influenciados por uma forma peculiar de visão imatura.
E refletindo, em dados momentos nos deparamos a pensar sobre como fazemos escolhas, como funciona a liberdade e a relação dela com os planos de Deus, nossos caminhos, dificuldades e oportunidades. Não são poucos os momentos em que usando de uma liberdade acessível, escolhemos caminhos que podem nos ajudar a ficar mais próximos ou não de Deus, mas acima de tudo ter experiências com sua grande misericórdia, manifestação de amor maior, que pode restaurar a dignidade e os laços que são desfeitos por meio de atitudes e escolhas erradas que fazemos.
Percebam, mal começamos a falar e tocamos em aspectos muito importantes para nós cristãos: escolhas, caminhos e misericórdia; e que muito se relaciona com o tema principal que abordamos a liberdade, como bem precioso dado a nós por Deus, e também respeitado por Ele. Mas se a liberdade de fato existe, como podemos compreender a existência de planos do Pai para nossas vidas. ou por que costumamos orar pela intervenção de Cristo em nossas vidas ou nas de quem amamos? Não seria uma contradição ou negação sobre a dimensão e o significado da liberdade que cultivamos em nós?
Não, a liberdade é plena em Deus, que não impõem a nós seus planos e seu desejo, pelo contrário espera de nós a opção por tê-lo em nossas vidas e nos dispormos a cumprir o que planejou para nós. A opção como sinal de maturidade, comunhão e amor é espontânea, o Pai nos oferece as oportunidades pacientemente e sinceramente, mesmo que enquanto não façamos a escolha certa nós o entristecemos de alguma forma. A liberdade de escolher Deus apesar da sedução do mundo, é um gesto de despojamento, e entrega verdadeira e sensata, é o começo de uma caminhada sólida e virtuosa que não significa imunidade as situações que o mundo e as pessoas causam, nem um engessamento da nossa capacidade de agir com liberdade, mas um ato de compreensão do que representa e da necessidade de associá-la a responsabilidade em viver com alguma sabedoria, na certeza de não caminharmos sozinhos, a esmo ou mal acompanhados e rumo ao destinos indesejados.
Da liberdade advém as escolhas, responsáveis ou não, e que podem nos trazer mal ou bem, vida ou morte, salvação ou a condenação a uma eternidade sem amor, sem verdade, sem paz, sem Deus. Mas mesmo os que fizeram escolhas ruins em um dado momento da vida, e caminham em meio a dificuldades, tristezas e incertezas, podem e tem outras oportunidades de mudança, e adequação de suas vidas com os planos de Deus, que são em si uma opção.
Nas estradas, nos caminhos que escolhemos (ainda que tortuosos e difíceis), há interseções, pontos de parada, propícios a reflexão ou conversão, e que possibilitam a nós a realização de novas escolhas, que podem segundo a liberdade assegurada, nos levar ao caminho que nos aproxima de Deus, ou continuar a nos afastar do Senhor e para situações e lugares ruins.
Os pontos de parada e de mudança de opção, que podem ser por um caminho de verdade e amor, plenificado por Jesus Cristo, são frutos da misericórdia e não uma intervenção forçada em nossas vidas. Quando oramos e pedimos a Cristo pela presença do Espírito Santo em nossas vidas, ou na daqueles que amamos ou nos importam, para nos esclarecer, limpar nossos corações, nossas mentes, nossa visão e nos tornar capazes de fazer as escolhas apropriadas e boas. Nós por meio da liberdade concedida, estamos na verdade clamando pela misericórdia de Deus, para que seja possível fazermos novas opções enquanto caminhamos, dessa forma em momento algum nos é imposto um plano, nem também somos enganados ou levados a fazer escolhas em meio a mentiras, ao menos não as que provém ou nos levam a Deus, pois a nossa liberdade pode ser tolhida, mas pelo mundo e pelo pai da mentira, por meio de engôdos e seduções, temporais, mesquinhas e finitas, como as drogas que alteram nossa capacidade de escolher bem, mas mesmo quanto a isso fomos e somos alertados, de forma a não haver a falsa desculpa, de que agimos mal porque fomos enganados, isso não é correto.
Como Deus concede e respeita a nossa liberdade de escolha de vida e salvação (ou não), também deixou formas de nos proteger das más influências e do pai da mentira, na vida em oração, com a presença de pessoas boas entre nós, nos seus mandamentos e ensinamentos, como na Bíblia e nas mensagens de profetas e apóstolos, na Igreja, dessa forma se ainda agimos mal para conosco, com os demais e com Deus, não é por imposição de terceiros, mas por já termos feitos escolhas impróprias.
Rezo por mim, pelos que amo, pelos parentes, irmãos e amigos, e pelo povo de meu país e do mundo, para que nós tenhamos mais gestos de misericórdia em nossas vidas, e que façamos as escolhas guiados pela sabedoria que trás o Espírito, enquanto nos seja permitido, mas que não persistamos em seguir por caminhos equivocados e maus por mais tempo, para que não sejamos surpreendidos com um final indesejada e mesmo inesperado em nossa vida, pois pode este não tardar em acontecer.
Deus ilumine a sua forma de agir com liberdade!
Galátas 5:1
É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão.
Foto reproduzida SOS Família e Juventude |
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